O avanço do preço dos imóveis novos em Curitiba ainda é um assunto polêmico e suscita dúvidas entre os compradores. Para o presidente da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR), Gustavo Selig, a análise da evolução do Custo Unitário Básico da Construção (CUB/m²) sugere a resposta para a variação: os preços subiram porque o custo para construir no Estado disparou. Os dados revelam que, comparando abril de 2010 com o mesmo mês de 2014, o gasto está 74% maior no Estado. Em valores nominais, o investimento de construtoras e incorporadoras para edificar cada metro quadrado passou de R$ 852,36 para R$ 1.153,13 para o padrão de referência (R8-N).
Os dados da Ademi/PR revelam que, considerando de 2010 a março de 2014, o preço dos apartamentos residenciais novos ofertados em Curitiba teve variação média de 34,9%, metade do percentual de reajuste dos insumos da construção civil. Entre os elementos que compõem o CUB/m², medido pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon/PR), as maiores altas foram para equipamentos e mão de obra, que tiveram reajuste de 67,4% e 54,1% para o padrão de referência, respectivamente.
Os gastos com despesas administrativas subiram 50,3% e os com materiais 12,6%. "A se manter essa tendência, o custo para construir no Estado deve aumentar ainda mais e, invariavelmente, a diferença será repassada ao consumidor", adianta Selig. Analisando a participação de cada categoria para a composição do CUB/m², historicamente a mão de obra é que tem a maior representação, correspondendo a mais da metade dos custos.
Carga que fica mais pesada a cada ano: em abril de 2010, os recursos para a contratação de funcionários correspondiam a 50,6% das despesas no setor, quatro anos depois, a participação é de quase 60%. No período, e considerando os encargos sociais, a hora de trabalho para pedreiro foi corrigida em 54,3%, a de servente em 53,7% e a de engenheiro em 50,3%. A variação da proporção para a mão de obra é mais acentuada do que em outros proponentes. Nos últimos quatro anos, as despesas com materiais avançaram 0,5 pontos percentuais (4,4%) e as com equipamentos 0,04 pontos percentuais (0,3%) em representação no índice. Os custos com materiais foram absorvidos pelo crescimento das despesas com mão de obra, tendo a participação no custo da construção reduzida de 45,1% para 37,6%. Itens como porta, esquadria, fio de cobre e locação de betoneira sofreram correções.
Fonte: Jornaldebeltrao.com.br