sábado, 25 de outubro de 2014

Brasil vive em uma democracia instável

Francisco Ferraz é desfavorável às Reformas Política e Constitucional
“O eleitor é um enigma”. Com a afirmação o cientista político, Francisco Ferraz, definiu os erros cometidos pelos Institutos de pesquisa no primeiro turno das eleições no Brasil e Rio Grande do Sul. O ex-reitor da UFRGS e autor de diversos livros sobre política, falou sobre “Como construir uma democracia com os valores errados”, no “Tá na Mesa”, nesta quarta-feira (22/10), promovido pela Federasul. Ele explicou que o Brasil vive em uma “democracia instável” e disse ser desfavorável às reformas Política e Constitucional.

Ferraz foi enfático ao argumentar que as propostas de reformas vão transformar a política em uma instituição jurídica. “A reforma política não resolve coisa nenhuma. Tudo aquilo em que a maioria concorda, desconfie”, alertou o cientista político ao dizer que a solução está no pleno funcionamento das instituições, no povo e no maior investimento em educação, além da busca pelo conhecimento. “Quando o povo vai pra rua, a democracia falhou”, sinalizou.

Durante a exposição, ele também destacou que o Brasil vive em uma democracia instável e que entre 1930 e 1988 o país passou por 12 episódios que provocaram alterações na estrutura constitucional. “O mais grave disso é que não identifico um indicador de que essa tendência vai ser revertida”, pontuou.

Sobre os erros cometidos pelos institutos de pesquisa no primeiro turno das eleições, Ferraz não acredita em desonestidade ou “má fé”. Para ele, um grupo de eleitores define o voto no final do período eleitoral e outros não expõem a opinião. Na sua visão, os debates finais podem ser decisivos. “Ainda mais em uma eleição como a que estamos vivendo em que a distância entre os candidatos está coberta pela margem de erro”, comentou.

Fonte: Fonte: Federasul

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